30 setembro 2012

Já passa


Já passa.
Não durmo porque não me é permitido.
E já passa.
Da hora!
Ou já passou...
Brinco, como se não fizesse diferença.
Mas faz!
Fazes!
E que diferença de merda.
Que diferença estranha, que quanto mais aumenta
Mais a imagem se enterra na areia.
Tal qual uma faca na minha pele…
Sem som!
Impossível tal MERDA ser digna de tamanha honra.
A honra de ter um som, só seu!
A honra de ter essa identidade única e universal,
Da vida e da morte…
Porque até uma pedra tem o seu som.
Mas não isto!
É silencio! Um silencio que não se voltara a ouvir através de mim.
Porque agora estou acordado!
Acordado e a viver…
Não que seja uma obrigação...
Mas para mim é a solução dos inconformados. 
Se te conformaste…
Deixa-me…
Dormir só pela noite.
Já que vives continuamente adormecido.
Sem sequer um som.

08 junho 2010

Anel amarelo

Imagina-te. A ti, feliz. 

Olha-te. Para ti, e repara como já te perdes-te, faz muito tempo nas entranhas do crescimento, que te sufocam  e te apertam e levam os sentimentos puros que conseguias atingir. Agora já só restam os que em tempos criaste. E esses são inuteis. Estás condenado a um certo vazio, nao importa para que lado te vires. Porque houve lugares que foram tomados emocionalmente... mas que nunca vão ser preenchidos. O futuro já não tem respostas. 

É que o que queres já não consegues criar, nem com as melhores ferramentas. Já não te consegues elevar para fora da realidade.

E entao deixas a vida girar, tendo a certeza que nao queres parar em lado nenhum. Mas precisas. 

Porque somos a bola de uma roleta. E rodamos por aqui, e quando parar...

Já não temos escolha.

24 maio 2010

para vos

esta próximo, e só mais uns dias, mais uns dias que eu tenho de esperar para por a capa ao ombro, e corre-la para ti...
e triste dizer isto, apenas no momento de compra da poderosa capa, reparei no que ia fazer, e que vou fazer...
vou vos ver de capa corrida, pelos meus ombros, e à vossa passagem, debruçarei me pelo chão, e estenderei vos ela para a vossa passagem... e mais tarde, vos enrolarei nela, aconchegando-vos como vos faria de verdade. com todo o amor que sai das minhas lágrimas, que vão correndo quentes pelo meu rosto.
o dia aproxima se devagar, nem sei se vou ser capaz de dormir, nem sei como reagir... só sei que de madrugada me irei erguer, e trajado sairei do meu quarto. óculos escuros usarei, para tentar ocultar um pouco as lágrimas... o calor vai se fazer sentir, ou então a chuva torrencial, nada me vai demover... tudo irei sofrer, para vos poder tocar mais uma vez, para descansar o meu próprio espírito... levarei uma rosa branca para vocês os dois.... para vos dar, para voar ao sabor do vento,.....

22 maio 2010


mais uma badalada da cabra, mais uma hora passada.... o tempo passa bem devagar, tão devagar que não notamos, tão devagar que passa depressa de mais... contradição eu sei, mas e assim mesmo...
mais uma badalada, mais uma ruga na cara, mais um dia perdido, mais um para ser vivido... e tudo vai mudando, as paisagens, as cidades, ate as pessoas que conhecia mos trocam nos por meros acasos....
mais uma badalada, são doze no total a esta hora sagrada, e focalizando nas pessoas que dizemos conhecer, de ilusões nada passam... vai mudando a nossa vida, já não nos sentimos tão bem perto dos que amamos... talvez porque estamos diferentes, talvez porque somos mais velhos.
e as badaladas fazem se soar na cidade, mais um elo se perde no caminho da longa viagem ate ao fim da vida. mesmo querendo evitar, a coisas que se tornam impossíveis, e é mais fácil largar...
na decima segunda badalada, nada a  fazer, nada a para mudar, porque o mundo muda sozinho. apenas fica o desejo de voltar ao inicio, apenas a o desejo de voltarmos a ser crianças a brincar no pátio da escola...
pego na folha e no papel, mas não sai nada sem ser a amargura do destino... não sai nada mais que rabiscos, não sai nada mais que puros desabafos... tristemente já não sei escrever......

08 fevereiro 2010

Terra

Não consigo

Esconder o sorriso.

Sim, preciso de uma viragem!

E sim, a viragem está bem aqui…

Debaixo

dos meus pés

E por cima

da minha cabeça.

Quem me ensina

É a terra.

Só ela sabe como realmente

Virar, girar,

Mudar!

A chuva faz-se em sol.

E ele brilha.

Brilha mais ainda ao passar pelas gotas

Que ainda ficaram como marca

De outros pensamentos.

Posso ter tudo aqui!

E a viragem só está

Dentro de mim.

Janela

Estás ai.
Há muito que não
Te olhava assim.
Que não te escutava
E respeitava.

Sem mexer um músculo
Levanto-me e toco-te.
Ou tocas-me…
Já nem sei bem.
Mas sinto-te!

Escorres por mim,
Como se nada fosse. 
E quase que está tudo bem.
Agora fica mais um pouco.
E disfarça as minhas lágrimas.

02 fevereiro 2010

Tempo

Perco o tempo.
Prendi hoje, o abraço.
E agora já não está à vista.
Seria tudo!
Mas tinha de usar o tempo.
É bom poder...
Tiraste-o de mim,
E vi as minhas idealizações
Numa ravina, que não
As deixa soltar de mim,
E me leva com elas!
Acreditei.
Acredito!
Mas o coração aperta
Cada vez que a realidade me rodeia.
Já sei que não quero mais nada...
Respiro fundo e acredito!
Posso ter perdido o tempo.
Mas não perdi tudo
Só tenho de ser verdadeiro
Para comigo...
Sem medo das lágrimas
que possam ficar aqui,
Pelo abraço que não volto a prender.

30 janeiro 2010

Lixado

Recebo sinais que não sei descodificar. No fim não apontam uma direcção.
Já não sei o que é perder o controlo das minhas acções nestes jogos ridículos. O que quer isto, então, dizer? Que vou perder? Só pode. Pois já não domino essa maneira de jogar. Já não me fazia falta...Era o Rei, estava tudo em ordem.

Mas tu tinhas de conseguir me foder.

27 janeiro 2010

Na nossa vida

Obrigado?
Obrigado digo eu! - pensei, com vontade de me rir.
Ganho, assim, a certeza de estar a percorrer o caminho certo. Pois mais ninguem agradece com tamanha verdade. Ou pelo menos nenhuma outra verdade me convence tanto. Acima de tudo a frequência dos agradecimentos é a mesma. E aqui, nesta realidade, essa harmonia puxa por mim. Misturar graves e agudos não me toca. Não toca a nenhum par.
Quero que o nosso som seja unico, mas igual. Igual a nós. Como se tivesse saido do mesmo sopro.
Bem haja, então, essa certeza que nos prende, assim como as duvidas que alteram a nossa frequência, mantendo sempre uma igual à do outro, pois o sitío que as forma é um.
Só um.

05 janeiro 2010

duas caras


Tapo a minha cara com uma mascara, uma mascara de teatro grego, daquelas que apenas uma expressão tem, a da felicidade. E é com essa cara, que eu deixo o meu quarto, é com essa cara que enfrento o mundo todo, ignorando todos os problemas que nele existe, ignorando todos os meus pensamentos.
Vivo o meu dia todo para alegrar as pessoas, para que nenhuma sinta o que eu sinto, quando a lua sobe, até porque ao ver um sorriso na cara, sou incapaz de ficar indiferente, incapaz de não rir também, afugentando assim todos os meus maus sentimentos.
Mas é quando me viram as costas, ou quando chego ao meu quarto, depois de a lua reinar o céu, que tiro a minha mascara pesada, é quando o meu verdadeiro sentimento tem a liberdade para se soltar, porque perco as forcas de o suster contido no meu coração. Dos meus olhos sai toda a felicidade em forma de lágrima, da minha boca toda a minha coragem de, e a cada segundo que passa, cada batimento do coração cada vez mais pequeno, que me deixo levar, que me entrego a tristeza, e a solidão.
 
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