01 fevereiro 2009

Mar

Salto para o mar, deslizo sem exercer um movimento que seja, nem mesmo para vir a superfície… deixo que a água percorra cada centímetro da minha pele seca, fico a senti-la bailando sobre mim...

Mais uma vez vim para aqui nadar…neste imenso azul gelado… e eu nem cremes ou vaselina ponho…quero me punir a mim mesmo, sentindo o frio congelar os meus dedos… sentindo os pulmões com dificuldades de trocar o ar. Quero me punir a mim mesmo sentido os músculos, que não tocas-te, a mirrar.

Outro dia que passou sem te dirigir a palavra, mais um dia que passou só a olhar para ti. Falta-me a coragem de te enfrentar, falta-me coragem de te olhar de perto, falta-me as palavras que te tenho de dizer…

Dou uma braçada atrás de outra, isto é a única coisa que me faz deixar de pensar… nadar. Desabafo com o mar, tudo aquilo que sinto dentro do meu coração congelado. Faz-me bem, é a minha terapia para a ausência do teu beijo, a minha terapia para a tua ausência na minha vida.

Por vezes, venho tão desmoralizado da vida, que so me apetece perder as forças e afogar-me, mas nem isso tenho coragem de fazer, nem passo dois segundos com a cabeça longe da salvação do ar. Sou tão inútil, nem isso acabar com a minha vida consigo, quanto mais declarar-me a outra e suporta-la.

Já se faz tarde, tenho de voltar a praia, vou chegar sem forças, por estar tão longe. Mas quando tocar na areia, vou ter mais uma vez aquele sentimento forte, que me faz esperar mais um dia, pode ser que o amanha, traga um presente para mim, pode ser que o amanha te traga para mim.

 
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